domingo, 30 de outubro de 2011

Para ti, passado

Hoje gosto de mim. Independentemente de ti.
Gosto do que faço, gosto do que vejo. Descobri em mim uma força avassaladora, uma força que me fez descobrir aquilo e de quem realmente gosto. O que e quem realmente importa.
Quero escrever para a minha revista de sonho, quero aprender, cultivar-me, quero ser uma pessoa melhor, um exemplo para alguém. Prometo a mim mesma e só a mim que nunca mais vou abdicar do que realmente importa por quem não interessa.
Hoje sou eu e mais ninguém. Vou viver a minha vida, não a tua. Vou seguir os meus sonhos, não os teus. Vou ter confiança em mim. Vou arrumar-te numa caixinha e de ti só extrairei o que, no fundo, me ensinaste. Eu importo, tu és secundário. Vivi escondida, uma sombra de ti. Abdiquei e tu não. Lutei e, durante um longo tempo, fi-lo sozinha. 
Basta. Vais voltar para o lugar de onde saíste. 



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Smooth FM


“A Smooth FM é um novo campeonato da rádio”


            Há um ano em fase de teste e em emissão online apenas para alguns privilegiados, a Smooth FM, que entrou no ar às 18h30 do dia 21 de Setembro, veio substituir a Best Rock FM, num projecto único até aos dias de hoje no nosso país.


“A Media Capital Rádios informa que o projecto Best Rock FM está em processo de reformulação devido às fracas audiências que tem vindo a registar. Esta situação tornou o projecto economicamente inviável, pelo que foi decidido a sua reformatação. (…) Percebendo o natural desgosto dos ouvintes fãs da estação, lamentamos profundamente a decisão tomada que, embora emocionalmente muito penosa para nós, era a única possível neste momento”. Apesar de continuar a emitir, foi assim que a Best Rock se despediu oficialmente dos seus (já poucos) ouvintes.
Depois do encerramento do Rádio Clube Português, envolto em polémica pelo despedimento de vários jornalistas, a Média Capital Rádios (MCR) volta a reformular mais estações. Desta vez, desapareceram a Best Rock FM e a Mix FM, que cedeu a sua frequência à recém-nascida Smooth FM.
Chego às instalações da Media Capital Rádios por volta das 9h15 do dia 23 de Setembro, enquanto aguardo pelo sr. Nuno Gonçalves, director de programas da Cidade FM e da mais recente coqueluche, Smooth FM. Depois de ser recebida por uma estagiária, esta leva-me até ao 2º andar do edifício e eu vou espreitando as régies e os estúdios que o meu olhar consegue alcançar. O ambiente é frenético, mas igualmente animado. Ainda é cedo e os programas da manhã vão aquecendo. Vislumbro os estúdios da Comercial e da m80, mas o passo da estagiária é tão apressado que quase a perco de vista. Entramos num elevador antigo, tão típico destes prédios alfacinhas, e sou recebida entusiasticamente pelo sr. Nuno, que depressa me indica o caminho para o seu gabinete.
Nuno Gonçalves está na Media Capital Rádios há 9 anos. Esteve dois anos e meio na Rádio Comercial, em sobreposição com a Cidade FM, mas depois dedicou-se exclusivamente a esta última e agora também à Smooth FM. Explica-me que a nova estação é dirigida a um público adulto e sofisticado, que se insere nas classes média-alta e alta e cujas melodias são à volta do jazz, soul e blues.
Uma das minhas preocupações, que partilho com o sr. Nuno, é o que irá acontecer a quem trabalhava na Best Rock e na Mix. “Não havia ninguém na Mix”, esclarece-me. “A Mix FM nasceu com alguma força e perdeu algum significado quando a Cidade cresceu e começou a ocupar muito espaço. Ela mal conseguia ser mais do que uma rádio focada naquela sub-espécie muito particular que vive para a noite (donos de discotecas, seguranças, rp’s)”. Conta-me também que, como a MCR é um grupo grande, há pessoas a trabalhar “em duplicado”. E isso também abrange quem trabalhava na Best Rock. “Aqui pode reajustar-se a posição das pessoas. A vantagem de estarmos num grupo deste tamanho é haver mobilidade”. E dá exemplos: “O Pedro Marques passou para a m80, o Wilson Honrado para a Comercial. São evoluções naturais dentro do grupo. Não há aquele stress de estar a segurar pessoas que estão desconfortáveis ou de estar a dispensar pessoas nas quais investimos”.



            Mais descansada, foco-me então na novidade da MCR, a Smooth. A rádio já estava a rodar online há cerca de um ano, para um certo grupo de contactos relevantes. Toda a gente que a ouvia ficava espantada e muito deliciada com este novo projecto e ele já estava estruturado em termos de estética e de playlist desde Maio. O seu lançamento aconteceu no Sky Bar, no terraço do Hotel Tivoli. O objectivo foi criar um ambiente semelhante a um cocktail, ambiente esse que resultou, estando o bar apinhado com pessoas ligadas à música, aos média e agentes publicitários. Com a actuação da cantora Adriana, o ambiente de música mais sofisticada foi claramente obtido.
            A Media Capital Rádios faz questão que as suas estações não compitam umas com as outras. Nuno Gonçalves explica-me as diferenças entre elas. “Como grupo, nós temos um portfólio largo e cada uma das estações tenderá a ter uma função, quer em termos demográficos, quer em termos de mercado publicitário. A Rádio Comercial é a rádio jovem adulta e com humor; a m80 funciona de uma forma um pouco alternativa, funciona também com adultos, mas de uma forma revivalista, é menos recorrente do que a Rádio Comercial, não é tão trancada demograficamente; a Star FM é uma estação para abranger gente mais velha; a Cidade FM é a rádio mais jovem do grupo e tem a obrigação de ter uma performance boa até aos 25 anos e não para além disso”. Surgiu, então, a necessidade e a oportunidade de criar uma rádio direccionada para um público adulto, mas mais sofisticado. “Enquanto que as outras rádios nascem normalmente de uma definição de uma música de gosto para determinados tipos demográficos, a Smooth aparece claramente como uma estação de nicho, em que é nitidamente pensada primeiro para um grupo demográfico (adultos de classes A e B) e é a partir daí que nós vamos fazer uma análise de música. Ela é pensada como uma estação que não atrapalha a vida de ninguém”. Traduzindo, não atrapalha as audiências da Rádio Comercial e da m80. “A Smooth FM é um novo campeonato da rádio”.
            Depois de uma breve visita aos estúdios da Cidade FM, com a oportunidade de conhecer a equipa da manhã, o sr. Nuno convida-me a conhecer parte da equipa e o estúdio da Smooth FM. Depois de me ser apresentada a sala de produção, sento-me à conversa no estúdio com o sr. Nuno e a Joana. A Joana é jovem, recém-licenciada em Comunicação Social e uma autêntica sortuda. Esteve a estagiar durante 6 meses na Cidade FM e foi convidada para fazer parte da equipa como produtora. Já lá vão 10 meses desde que pisou as instalações da MCR pela primeira vez. O seu estilo é a cara da estação. Jovem-adulta, mas sofisticada. O estúdio cheira a novo. As paredes são pretas e vermelhas, tal como a imagem do site da rádio. Quando lhe pergunto a sua opinião em relação a este projecto, a Joana diz-me que é “brutal”. “É totalmente a minha cara, o meu estilo”. Nunca pensou ficar na MCR. “O meu plano era fazer o estágio e prosseguir para Mestrado, mas fiquei”. O facto de acompanhar o nascimento de um projecto destes foi ainda mais motivador.
            Com blues como fundo, vou observando tudo à minha volta. O estúdio é arejado. Tem janelas altas, é iluminado, tranquilo. Na parede está escrito o slogan da Smooth: “And all that Jazz”. O objectivo é transmitir a ideia de que a estação não passa só Jazz, como também R&B mais antigo, bossa-nova e blues. Para já, ainda só contam com duas locutoras: Teresa Fernandes, que faz a manhã, e Sofia Morais, resgatada da Comercial, que faz as tardes. Nuno confessa-me que estão a ser dados “baby steps no que toca à comunicação”. As personalidades das locutoras vão sendo construídas conforme o feedback que estas vão recebendo. “A última coisa que queremos é que, ao fim de 30 segundos, o ouvinte que está a gostar da música queira que ela se cale e que ponha música. É por isso que o tipo de comunicação é muito cuidado e trabalhado”.
            Nuno Gonçalves diz-me ainda que Pedro Ribeiro, director de programas da Comercial “rói-se de inveja de mim, por eu ter a Smooth, e ouve-a a caminho de casa e diz ‘Desgraçado, estás a fazer uma rádio incrível!’”.
            Até agora, a Smooth está a funcionar tal como o pretendido. Uma rádio única, com ambições moderadas, mas sofisticadas, e com um traço elitista.
            “Bem-vindos à Smooth FM “and all that Jazz. Em directo do terraço do Hotel Tivoli, este é o lançamento de uma nova rádio em Portugal para fazer parte da sua vida a partir de agora. Queremos que a descubra em 103.0 em Lisboa, em 92.8 no centro do país e também em Smoothfm.clix.pt. Fazer parte de um projecto que é a nossa cara é fantástico. Saber que podemos contar consigo a partir de agora é maravilhoso. ‘It’s wonderful’, de Diana Krall”. Sky Bar, Hotel Tivoli, 18h30 do dia 21 de Setembro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Ninguém é louco, apenas doente"


Hoje estive a ver atentamente a reportagem da TVI, chamada "Jogos da Mente", acerca das doenças mentais.
Há muito que há o estigma de que um doente mental é maluco, perigoso. Hoje em dia, como pudemos ver com esta peça, as doenças mentais não escolhem idade, sexo e muito menos uma classe social. Vimos um médico, uma bancária, uma estudante de literatura. E há tantas doenças, que tanto afectam alguém psicologicamente como fisicamente.
Odeio quando alguém diz que está com uma depressão e outra responde: "Ah, isso são coisas da tua cabeça!". Porra, só me apetece mandá-las à merda. Apenas quem nunca passou por algo semelhante pode mandar um bitaite destes.
Ninguém escolhe ficar doente, ninguém prefere passar horas num consultório a contar todos os pormenores mais sórdidos da sua vida a um desconhecido. Acontece! Acontece ficar-se doente. Acontece precisar-se de ajuda. E é preciso, SEMPRE, que se siga a seguinte máxima: "A primeira cura para uma doença é aceitar que se está doente".

Força!

domingo, 16 de outubro de 2011

Leituras de cabeceira

Fim-de-semana agitado = Blog sem entradas recentes.

Hoje venho aqui provar que sou uma rapariga muito aplicada e estudiosa. Eis as minhas leituras de cabeceira deste fim-de-semana:


 Mitologias, de Roland Barthes


Introdução à Semiótica, de Adriano Duarte Rodrigues

Sim, eu estou mesmo dedicada à Semiologia, provavelmente a cadeira mais difícil do meu curso. E hei-de ter um notão. Wish me luck!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não seja urso!

Parece que o Metro de Lisboa leu as minhas queixinhas aqui. Vejam esta campanha do ML em parceria com o AR.CO (Centro de Arte e Comunicação Visual).








NÃO SEJA URSO! Por favor.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Adeus.

Mas afinal o que é que as pessoas querem de nós?
Por que razão é que as pessoas mentem, fingem, magoam, fazem trinta por uma linha se não gostam de nós?
Posso ter mil e um defeitos, mas sou transparente. As pessoas falsas e fáceis irritam-me. Fazem-me comichõezinhas. Atiram-te ao chão, pedem-te desculpa, fazem uma festinha, mas depois espezinham-te. Dão-te facadas no coração, no estômago.

Não gosto de escrever coisas destas, mas hoje é uma necessidade. Preciso de dizer que amei, ri, chorei, caí, levantei-me e tentei. Eu juro que tentei. Mas não dá. Quando conheces alguém e te apaixonas, achas sempre que essa pessoa é a certa para ti. Mas e quando tens MESMO a certeza? Bom, só vais achar que essa é a pessoa certa até a tua cabeça se continuar a convencer disso. Já chega de fingimentos, do "gosto muito de ti mas se calhar já não gosto", do "foi tão bom e está a ser tão difícil" que menos de duas semanas depois já existem outras intimidades. Não percebo porque é que as pessoas preferem o fácil, o rápido.

É ingrato lutar por algo, por alguém durante tanto tempo e abdicarem de nós, porque simplesmente não lhes apetece tentar mais. Ah, dá muito trabalho. Pois dá. E aí é que se vê. É aí que se percebe o que querem de nós. Gostava de poder dizer que só guardo o melhor, mas infelizmente não é assim. Não somos programados para só nos lembrarmos das coisas boas. Tenho pena, muita pena.





terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vou fazer Erasmus em Lisboa


Toda a gente já passou pela saga dos trabalhos de grupo. Eu continuo a passar por ela.
Ora, ninguém me manda inscrever na faculdade no início de Outubro, quando as aulas já começaram. E o que é que acontece? Os ditos grupinhos já estão todos formados e os outros que fiquem com os "restos". Mas acontece que eu fiquei com os "restos" bons! E perguntam-se porquê. Porque fiquei no grupo de duas alunas espanholas, que se encontram a fazer Erasmus cá.

Vamos lá fazer um enquadramento da situação: o trabalho de grupo é para a cadeira de Análise do Discurso Jornalístico. O objectivo é analisarmos os discursos de vários intervenientes em situações mediáticas e a forma como são expostas nos meios de comunicação social. O tema já estava pré-definido por elas: as eleições legislativas em Espanha. Por mim é na boa, farta de ouvir os políticos tugas estou eu. Assim sempre aprendo qualquer coisa dos nuestros hermanos. E posso treinar e, quem sabe, aperfeiçoar o meu portunhol que é um espectáculo!

Eu gosto de conhecer o pessoal de Erasmus. Gosto de pessoas diferentes, que trazem algo de novo. Depois digo como correu.

(Aviso: Este post foi escrito com uma carrada de sono causada por uma aula de Semiologia.)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pessoas, blargh.

Odeio transportes públicos. Odeio o facto de ter tido a oportunidade de tirar a carta e de não a ter aproveitado. How stupid I am.
A minha experiência em transportes públicos dava um autêntico filme tuga. Desde os meus 10 anos que ando com o rabo alampado na grande empresa Vimeca, mestre em chular os utentes e com autocarros constantemente atrasados. Só não me posso queixar do metro. Ora vamos ao raking das coisas que mais me irritam quando ando de transportes públicos:

1- Pessoas que ouvem música nos telemóveis. Ok, eu percebo que gostem de mostrar que têm um telemóvel todo xpto, que dá música e tal. Parabéns! Mas nunca ouviram falar em phones? São aquelas coisinhas que se metem nos ouvidos e dá para SÓ vocês ouvirem a música. Eu adoro música, estou sempre a ouvi-la, mas com os meus phones. Por favor, não obriguem os outros a ouvir o vosso house, kizomba, funaná e afins.

2- Pessoas com falta de espaço. Os bancos nem são assim tão pequenos! Eu vou sempre no meu cantinho, à janela, encostada com os meus PHONES nos ouvidos. O azar é que me calham sempre rabudas ou velhotas. As rabudas são um fenómeno interessante: não me deixam mexer. Ali fico eu, encostada à janela, quase sem respirar. As velhotas com os seus mil sacos fazem questão de me pôr a mala praticamente no colo. Eu bem dou uns encontrões, mas elas não percebem.

3- Pessoas que cheiram mal. Acho que devia ser criada uma lei que obrigasse toda a gente que frequenta transportes públicos a tomar banho e a pôr desodorizante.

4- Pessoas que falam demasiado alto. As outras pessoas não precisam de ouvir a vossa conversa, ok? Principalmente quando estão a discutir com o marido ao telemóvel.

5- Pessoas. Devia mesmo tirar a carta.

Confesso que sou um bocado comichosa, mas as pessoas também têm um bocado de falta de civismo em certos aspectos. True or false?

Como é que se escreve o primeiro texto de um blog?

Não sei. Mas bem-vindos :)