Cresci com a Leopoldina e o "mundo encantado dos brinquedos". E fui
feliz nessa altura. Quando a época natalícia se aproximava, eu prestava
mais atenção aos anúncios do que aos desenhos-animados. E era mesmo
muito feliz. Todos os brinquedos que eram publicitados nesse maravilhoso
tempo de antena passavam a fazer parte da minha lista de must-haves.
Eu: Mãe, compras-me isto?
Mãe: Sim, filha.
Eu: Mãe, e isto? É tão giro!
Mãe: Sim, compro-te tudo, claro (resposta carregada com a maior ironia possível).
E
lá recebia os meus brinquedos na noite de Natal (obviamente que não me
eram oferecidos todos os presentes que eu inocentemente pedia) e
continuava a ser tão feliz.
Mas o que é que aconteceu à
Leopoldina da minha geração? Por que razão lhe meteram silicone nas
mamas, qual Susana da Casa dos Segredos, e lhe impingiram uma vulgar
vestimenta de cabedal? Mataram a Leopoldina! Transformaram-na numa Lara
Croft azeiteira.
E quem é esta Popota? Que eu saiba, essa tal de
Popota era uma mera sombra da minha Leopoldina. Mataram a Leopoldina e
substituíram-na pelo hipopótamo cor-de-rosa, que mais se podia chamar de
Popozuda. Sim, que raio de mascote infantil faz covers da
Jennifer Lopez e do Pitbull? Cada vez que ouço o início dessa "música"
só me dá vontade de mudar de canal. Para mim, o Natal perdeu um
bocadinho do seu charme.
R.I.P, Leopoldina